OUTLET GOLD
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- Assalto ao Poder – O crime organizado
– SOBRE O LIVRO:
Um dos momentos mais marcantes da minha carreira foi ler o generoso artigo que Calor Amorim escreveu sobre o meu romance “Sorria, você está na Rocinha”. Trechos desse artigo, publicado pelo Jornal do Brasil em 27 de fevereiro de 2005, podem ser lidos nas páginas desse “Assalto ao poder”, com o qual Carlos Amorim encerrará sua trilogia sobre o crime organizado, indo do Rio de Janeiro aos cartéis globalizados.
Esta autorreferência pode parecer um exercício de narcisismo – e não deixa de ser. Mas também me permite apresentar o ponto do qual escrevo para convencê-lo, leitor, a fazer o que eu mesmo conto as horas para fazer: ler esta reportagem, na qual Carlos Amorim percorre o caminho trilhado pelo crime organizado até se encastelar no poder.
Mais do que um ídolo, Carlos Amorim é um pai intelectual. E quando digo pai intelectual, incluo aqui aspecto psicanalítico da relação. Como filho, tentei contestar suas teses sempre arrojadas. Tive uma particular implicância com a ideia de que o Comando Vermelho é uma costela dos presos políticos, arrancada nos tempos de convívio na Ilha Grande. Vi, enfim, que ele estava com razão.
A leitura de “Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado”, primeiro volume dessa trilogia, publicado em 1994, foi chocante. Ela está para mim como a de “Cidade de Deus” para Ferrez, não à toa citado neste “Assalto ao Poder”. Ferrez começou a fazer literatura de que Carlos Amorim tanto gosta depois de ler o romance com que Paulo Lins reinventou a literatura e os cinemas brasileiros. Enveredei pelas reportagens sobre a violência urbana carioca – o verdadeiro Rio 40º – depois de ler “Comando Vermelho”. Na obra de Amorim, todos os personagens existem ou existiram de verdade, saíram não de páginas de ficção, mas da dura vida deste povo. Este é o choque maior.
O lugar que Carlos Amorim ocupa no jornalismo brasileiro é semelhante ao de Paulo Lins. Carioca, fez a primeira grande reportagem sobre essa guerra civil não declarada, que se espraiou do Rio de Janeiro para todas as periferias brasileiras. Caco Barcellos, o próprio Zuenir Ventura e Josmar Jozino seguiram a trilha aberta por “Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado” e confirmada com a “CV-PCC – A irmandade do crime”. Antes dele há o remoto marco de Euclydes da Cunha, que, em “Os sertões”, traduziu a gênese da violência brasileira.
Além de defender ideias originais, Carlos Amorim é um narrador sensacional. Seus livros têm o poder de agradar a gregos e baianos, esgotando seguidas edições. São presença obrigatória na bibliografia de estudiosos da violência urbana, mas (a consagração!) já foram encontrados em batidas policiais nos cafofos dos bandidos. Por isso, sugiro que desmarque todos os compromissos antes de começar a ler.
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